quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

(Guerreiros são guerreiros e fazem zigue zigue za)

O que você quer ser quando crescer? Eu ouvi isso por muito tempo. Na verdade nunca me preocupei muito com essa resposta. Na época da escola meus professores já tinham selado meu destino: Jornalismo! Você vai ser um ótimo jornalista, diziam... Na época não parei para avaliar, muito menos fantasiar o que ouvia. Nem tinha ideia do peso que eles estavam "jogando" nas minhas costas. Hoje eu consigo sentir exatamente o peso de escolher uma profissão. Acho que usar a palavra escolher é até uma forma errada. Não escolhemos a profissão, ela é quem escolhe a gente. Mas mesmo o jornalismo tendo sido a primeira profissão que "me destinaram", eu não pretendo seguir essa carreira. Descobrir o que se quer, bater no peito e defender uma profissão é arriscado. Sonhamos, construímos castelos em nosso imaginário. Moldamos uma profissão que queremos ter, com carinho e cuidado.

Quero ser autor de novelas! Essa afirmação ainda me assusta, não tanto quanto me assustou no inicio, mas assusta. A novela, mesmo com vasta queda de audiência, que vem enfrentando nos ultimos tempos, ainda é o meio mais "popular" de falar com a "massa". Escrever novela é coisa séria, não é só a politica do "pão e circo". A novela é social, mexe com os costumes de um país e pode vir a mexer com outros países. Falamos sobre problemas sociais, colocamos na roda temas que a sociedade precisa discutir, até para se ver refletida em algum lugar. Obvio que uma obra de ficção não vai retratar com fidelidade o cotidiano de uma pessoa pobre, morador de uma área carente e que recebe um salário mínimo por mês. Mas pode, muito bem, melhorar o modo como as pessoas olham para essa pessoa.

Sei, muito bem, que ao decidir ser um autor de novelas e ter o desejo, vontade e a crença que farei parte de um clube de autores, iniciados por Janete clair, estarei mexendo com o imaginário do Brasil e das pessoas, me da medo. Sei que estou sofrendo por antecipação, mas sou assim, sofro por antecipação mesmo!

Do dia 31, dia que fiz a ultima postagem de 2008, neste blog, até o dia 7, fiquei sem computador. Algo com o disco rigído... Bem, o que posso dizer? Meu ano iniciou sem essa máquina, fiquei sem internet e pude perceber o quanto sou "preso" ao mundo virtual. Preso em saber o quanto e como estou conectado. Ficar sem navegar na rede me permitiu terminar de ler um livro e até fazer certas anotações sobre ele. (Quem sabe acaba virando uma novela ou seriado?) E como janeiro é o tempo de começar, eu comecei a ler os livros que não terminei em 2008, mas voltei ao inicio. E lendo A Bruxa de Portobello cheguei, no sábado/domingo de madrugada, em um dilema de um dos personagens, que se parece um pouco com meu dilema pesssoal. A passagem é assim: " A maioria dos amigos de meus pais , e dos filhos dos amigos de meus pais , tem um diploma. Isso não significa que poderiam trabalhar no que desejavam - muito pelo contrário, entraram e saíram de uma universidade porque alguém , em uma época em que as universidades pareciam importantes, disse que uma pessoa para subir na vida precisava ter um diploma. E o mundo deixa de ter excelentes jardineiros, padeiros, antiquários, pedreiros, escritores." "... Mas ela citou os versos de Robert frost:

"Diante de mim havia duas estradas
Eu escolhi a estrada menos percorrida
E isso fes toda a diferença."

A BRUXA DE PORTOBELLO, Pág 37.

Depois de ler essa passagem do livro, pude me dar conta que o caminho que estou fazendo não é o mais fácil, apesar que o meu desejo é que fosse. Tenho enfrentado obstaculos fortes e resistentes, mas eu sou o maior obstáculo de todos. Meu desejo, minha vontade, minha força e minha garra.
Sei que não estou escolhendo o caminho mais fácil, muito menos a profissão mais acessível do mundo. Mas sei que sou bom no que faço e no que me proponho a fazer. E por isso, lá na frente, sei muito bem como quero ser mencionado ou reconhecido. Se algum dia minhas novelas forem chamadas de cópias das novelas do Maneco ou que nosso estilo é parecido, pode ter certeza que será o dia mais feliz da minha vida!

Toda estrada tem o seu começo. Acredito que minha jornada, pelo caminho das novelas, começou há um bom tempo. E o que me resta é seguir em frente... E mesmo que como um mantra, devo cantar, gritar e berrar todos os dias:

Sou guerreiro

Eu não vim aqui pra pedir
O que eu quero eu vou conquistar
Se agora é hora de ir
Tô na estrada, sigo em frente
Eu não penso em fugir
E nem mesmo me consolar
Tenho medos e mesmo assim
Tô na estrada, sigo em frente

Enquanto eu tiver chão sob os pés
Enquanto eu puder caminhar
Enquanto eu puder estar viva
Enquanto minha hora não chegar
Talvez eu não vença o tempo todo
E ainda posso até cair
Só quero manter minha alma forte
Erguer a cabeça e seguir

Guerreiros são guerreiros
E fazem zigue zigue za
Escravos de jó

( Guerreiros são guerreiros - Pitty)


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