quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Perder um Amigo

Hoje é um daqueles dias que gostaria de sumir! Não queria sentir nada e tão pouco não quero dormir e me anestesiar com o sono. Só queria sumir e parar de sentir o que não consigo explicar. Pode parecer loucura voltar ao blog e com um desejo tão "estranho" quanto esse, sei disso. Mas quando criei esse espaço, toda a ideia era colocar nas palavras o que venho sentindo ou a dificuldade que tenho em dizer ou entender o que sinto. Hoje é um daqueles dias que não consigo explicar a sensação que carrego no peito.

Ontem eu perdi. Na verdade, ontem, todos nós perdemos. Todos os amigos de Master Class perderam um amigo. É muito louco escrever sobre isso. Não consigo aceitar, não consigo entender, não consigo acreditar! E isso vai bem mais além do que minha dificuldade particular em lidar com despedidas e morte.

Eventualmente todos nós iremos morrer. Sei disso! Só não existe maneira fácil de entender a morte que não é anunciada. A morte que chega sem pedir, sem ser anunciada. Obvio que acidentes acontecem todos os dias. Pessoas que estão enfermas, no hospital, morrem em decorrencia de sua doença. E a morte que chega sem nenhum sinal? A morte que vem sem a violência de um acidente ou a anunciação de uma doença?! Posso considerar um tipo de morte "afortunada", já que não existe um sofrimento anunciado para quem parte. Mas não deixo de pensar o quanto é injusta. O quanto é cruel perder alguém.

Como um ser humano normal, claro que a morte já atingiu pessoas próximas e queridas. Aos dois anos perdi meu pai. Depois disso, só um tio distante e um primo. Até que minha avó se foi. Posso dizer que essa sim foi a que mais senti. Existe todo um momento em que guardo na lembrança de todo aquele dia/noite. Mas idosos, eventualmente, vão partir. Sinto saudade, falta, mas não tinha o que ser feito.

Ontem perdi um amigo que dividia alguns sonhos parecidos com os meus. Dentre tantas pessoas, que participaram da Master, com toda certeza, foi dele, Rogério Sabath, que mais ouvi histórias e planos. Ele queria tanto, mas tanto acontecer na carreira de roteirista. Existia uma urgência pessoal nisso. Hoje é claro que posso concluir que talvez ele soubesse do pouco tempo que teria... Mas será que a pessoa sabe?!

Não estou reflexivo por pensar nos meus planos, nas coisas em que quero trabalhar, conhecer e aprender. Não sou egoísta a esse ponto. O que sinto é revolta. Sim, estou revoltado! Como um homem tão bacana, tão gente boa não teve a chance de realizar o que tanto queria? Isso não é justo. Essa revolta crescente é o que me faz querer sumir. Querer parar de sentir e não pensar...